sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sonic boom!

Não é de hoje que a GM vem mostrando fotos, ensaios de estilo e personalizações em cima de seu pequeno Sonic. Ele já chegou lá fora. Ele já chegou aqui também: há versões hatch e sedã na Vessa. Mas o que será, no fim das contas, que ele traz? Quanto custa? Vale à pena?
 Aveo/Sonic Sedã

O Sonic tem como alvo principal os EUA, no entanto, é um carro que está em mercados diversos, como o europeu, latino e asiático. Nesses mercados, porém, sua missão não é tão crítica quanto a nos EUA: provar que um veículo com motor menor que 2.5 litros e comprimento de 4,04m pode ser um carro agradável e divertido num país que ama carros grandes(às vezes exageradamente).
Por ter sido desenvolvido por todos os centros de estilo da GM no mundo(com maior parcela de responsabilidade deixada sobre os coreanos), o Sonic aparece como se nem fosse da Chevrolet, já que seu desenho em nada lembra os carros europeus e ianques que a marca da gravatinha tem empurrado pra gente nas dus últimas décadas.
Vermelho Flame

As lanternas têm um aspecto tridimensional e são muito bonitas na frente(nem tanto atrás, pois lembram as do KA de penúltima geração). A qualidade de construção da carroceria segue o padrão GM de ser, com detalhes sempre bem vindos, como a maçaneta da porta traseira no arco de porta, dando a impressão que o Hatch 4 portas, na verdade tem duas, o que casa com a proposta de esportividade. Em termos de cores, temos só 6 disponíveis(ao contrário das 8 nos EUA e das 7 na Europa). Das 6, quatro são as mesmas sem sal que monopolizam nossas vias e não condizem com um carro esportivo: branco, preto, prata e cinza. As únicas mais alegrinhas são o Vermelho Chama e o Azul Boracay. Azul, verde, laranja e até o plum crazy combinariam bem com esse carro e poderiam ser postos na cartela, talvez.

E carros como esse, a versão sedã parece que sempre sofre o problema de caretice aguda do terceiro volume, como é o caso do Focus/Focus sedã e Peugeot 308/308Sedã cujas versões 3 voumes parecem ter os bagageiros meio que postos ali ao Deus dará: no Sonic, o terceiro volume, apesar de seguir as linhas da proposta do carro não é tão impactante e nem cativa assim.
Por dentro, a grande surpresa: acostumados a grandes painéis, como no caso do Omega, Opala, Vectra e companhia, o painel do Sonic parece ter sido tirado de uma moto tipo a Yamaha Fazer.
Vai demorar até que as pessoas se acostumem a achar as informações daquele mundo de mostradores em algo tão compacto. Mas não confundam compactação com ineficiência: os mostradores principais ainda estão lá. Mas um dial com temperatura da solução do motor faz falta.
Há um grande número de porta-trecos também: sob o banco, no painel;  porta-copos, até um porta-óculos sobre o assento do motorista, no teto.
Interior em duas cores. Será que teremos isso aqui?

No quesito motor, a gente vai levar um banho de ineficiência.
Digo isso pois, de lançamento, a versão vendida lá fora vai vir com um 1.8l, L4 Ecotec, já aqui, teremos o 1.6l. Não seria tão ruim, já que o Sonic brasileiro virá com 120cv e 17kgfm de torque, com massa de 1150kg, exceto pela chaga que os motores brasileiros têm carregado nos últimos anos: a palavrinha cabalística que atrai tudo de ruim, maligno e decadente em nosso mundo: "flex".
Mesmo sendou pouco maior e mais pesado que um Celta, o consumo urbano do novo Chevrolet é, desculpe o trocadilho, Super Sonic: 7km/l. Uma marca pior que a do New Fiesta que é de 8,5km/l(com quem o Sonic vai brigar). Se compararmos com o Aveo 1.6(Sonic na Europa), aí que o desânimo é total: lá, o mesmíssimo motor(não flex) faz 11,23km/l.
O câmbio alemão, por outro lado, tem que ser elogiado: tanto a versão manual de 5 velocidades, quanto a automática, de 6 tornam o rodar agradável e esperto.

Por falar em teto, todo o cuidado com a pele é pouco no Sonic: como o pára-brisas é muito grande, avançando sobre o teto do carro, ele acaba deixando os passageiros da frente mais expostos aos raios do sol( o que não é um problema na Alemanha ou Coréia do Sul), mas é algo a se pensar aqui ou no sul dos EUA. Mesmo o tratamento que os vidros recebem não é suficiente para dar um refresco. Se for comprar o carro, enfie um filme o quanto antes, ainda mais aqui no ES. No mais, o interior, apesar de bonito,  parece um pouco espartano em termos de materiais usados e transmite os sons da rodagem para dentro, o que é um saco em longas viagens.
Como sempre, a nossa odiável carga tributária fez o preço do carro disparar e ele passa dos 40 mil reais aqui, enquanto as versões semelhantes(de entrada), no exterior, ficam por conta de 20 a 30 mil reais.
Agora, como sempre, é bom aguardar os testes de longa duração dos sites especializados e ver o comportamento do pequeno Chevy que vai brigar com o Ford New Fiesta e Hondas City e Fit.
Será que ele mereceria ser chamado de compacto premium, como a GMB quer? Na minha opinião, ele está longe disso. Parece ser um carro bem honesto, equipado decentemente. E só. Exatamente como o New Fiesta.

NdA: No portal do G1, eles falaram que a GMB com o Sonic vai reviver os tempos áureos da GM, no qual ela produzia os Opala, Kadett e Omega.
Não podia ser algo mais longe da verdade.

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