segunda-feira, 2 de abril de 2012

A boa formação dos motoristas(parte2)

9-A escolha do professor, do carro e dos horários

Geralmente, os carros que as auto-escolas nos dão para escolher são os seguintes:
Fiat Uno Mille
Ford Ka
VW Fox
Fiat Palio
Chevy Celta
Chevy Corsa
VW Gol

Bom, a minha escolha acabou recaindo no Uno por algumas razões: o Gol, Corsa, Fox e Celta estavam indisponíveis à época no horário de sábado de manhã.
Enfim, na escolha só sobraram o Palio, ou o Uno. Acabei escolhendo o Uno e essa foi uma das decisões mais acertadas de todas e explicarei porquê: o Uno é um veículo com ampla área envidraçada e com cintura reta(a traseira está no mesmo nível da dianteira, ao contrário do Ford Ka, por exemplo). Mais que isso, mesmo mecânica, a direção do Uno era muito mais leve que a de outros modelos, como o Corsa, ou o Celta. Para melhorar, o câmbio não tinha engates falsos e o carro era primitivo o suficiente para responder aos mínimos comandos do motorista.
Apaixonei pela caixinha de fósforo...

10-As primeiras aulas...

Como era universitário de engenharia, meus horarios na UFES eram totalmente loucos. Assim, sendo, não havia horário melhor que sábado pela manhã. Imagino que o Professor escolhido não tenha gostado muito de minha escolha...Ia ser um tal de William.
Sábado cedinho o Uno apareceu em frente de casa, buzinando: lá ia eu pra minha aventura! Eu fiquei na carona até Coqueiral de Itaparica, quando o instrutor estacionou o carro e mandou eu passar pro lugar dele. Em 5 segundos, ele me explicou o básico do básico dops instrumentos do Uno.
Não que fosse uma coisa de outro mundo, mas, para marinheiro de primeira viagem, o painel parecia isso:
Em seguida, conversamos um pouco para ele saber se eu já tinha experiência com direção(se esse fosse um país sério, tal pergunta nem deveria ser feita). Eu respondi que toda a experiência que eu tinha era a de simuladores de corrida. Ele achou interessante, mandou eu dar seta eseguir pela avenida.
Aqueles minutinhos foram sensacionais.
Mas uma coisa me aborreceria profundamente nas próximas aulas.
Não sei se vocês já presenciaram o fato de o seu instrutor aparentemente não dar a mínima para o seu aprendizado. Eu senti isso: ele andava todo largado, com braço pra fora, só falando: "vira aqui","vira ali", "pare aqui", "estacione lá".
Talvez isso seja normal para eles. Mas eu acho que podíamos ter uma formação melhor nesse quesito: as aulas podiam seguir por trecho pré-demarcados, nos quais as dificuldades fossem crescentes a cada aula. O instrutor devia falar com a gente das peculiaridades do caminho, do que fazer e (principalmente) o que evitar. Mas não.
Com o passar do tempo, eu senti que eu era uma pessoa segura atrás do volante, o que é ótimo para um aluno. Pára minha grande decepção, não obstantemente, eu notava que meu instrutor me tornou em chofer particular dele: eu o levava em supermercados e lanchonetes para ele comer algo, levava-o pra casa dele, levava até a namorada dele de carona...Puta, que folga!
Uma coisa pela qual logo notei que meu instrutor não era conhecido, era a paciência. Como ele não me explicava direito certas coisas, sentia-se no direito de esbravejar comigo durante as aulas. Uma vez, eu deixei o carro morrer(eu deixava direto e ficava possesso com isso). Ele me fez largar de 3ª, sem deixar o carro morrer e com uma fila já atrás de mim. Nada como um pouco de pressão. Talvez, uma explicação sobre o sistema de transmissão ajudasse mais a gente nessas horas.

11-Baliza

O terror de muita gente, na verdade nunca me amedrontou. Mas eu nunca fui a favor daquelas malditas marquinhas nos carros de auto-escola. Afinal de contas, não vamos pintá-las em nossos automóveis, não é verdade? Mas é muito pros CFCs nos dar uma explicação de como nos localizar no espaço e criarmos noção do volume do carro e da orientação tridimensional.
A única coisa que reclamo é de fazer baliza num carro de direção mecãnica sob sol de verão. Cara, que tortura...voltava pra casa, como se tivesse tomado banho.

12-Ladeira

Esse sim era meu karma! Como eu não me dava bem com a transmissão à época, sair de uma ladeira sem morrer era quase impossível pra mim. E como nos exercitávamos nas ladeiras íngremes de Boa Vista, a situação só piorava pra mim, que suava frio, quando via uma elevação. Era certo para mim que se eu reprovasse na prova prática, ia ser por causa da ladeira.

Continua....

NdA: formar bons condutores deveria ser levado mais à sério nas Auto-escolas.

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