quarta-feira, 7 de março de 2012

Embicicletados pondo a boca no trombone

 Universitária que participou do protesto. Até dá vontade de aprender a usar uma bike.

Ontem ocorreu em algumas capitais do Brasil(com Vitória inclusa), uma bicicletada pedindo paz no trânsito e respeito aos ciclistas. Partindo da Praças dos Namorados, eles seguiram até o Campus e Goiabeiras da UFES. Com apitos, cartazes, balões e fitas pretas os ciclistas chamaram a atenção de motoristas e autoridades e pediram paz e respeito no trânsito.  "O intuito é mobilizar as pessoas para essas mortes e também que possamos evitar acidentes. Poucos conhecem as leis de trânsito. Um carro ao ultrapassar um ciclista tem que manter uma distância de 1,5 m, o que não acontece", explicou a organizadora em Vitória, Dora Moreira. Eu sei o ponto que ela quer expor, mas, cá entre nós, ninguém vai medir a distância entre o carro e uma bike, durante uma ultrapassagem com fita métrica. A medida é só pra dizer o óbvio: não passe perto demais do ciclista, pois o carro pode bater nele, ele pode se enroscar no veículo e cair, ou pode de desequilibrar com o deslocamento de ar. Mas, enfim....
Além de fazer bem à saúde, a bicicleta é fácil de estacionar como ressalta a estudante Victoria Saiani. Ela não vai para faculdade de bike devido a(sic) distância, mas quando precisa só usa as duas rodas. "É um estilo de vida, leve e interage com tudo, e fica bem saudável. Eu vou muito para praia de bicicleta. Tudo que preciso fazer rápido eu vou de bicicleta. Não tem lugar difícil para estacionar. Uso a bike para tudo", ressalta. Ela falou que não tem lugar difícil de estacionar. Realmente, estacionar uma magrela(falo da bicicleta) não exige espaço superior a 1m². Mas quem não já se emputeceu, tendo que desviar de bicicletas na calçada? Deveria ser muito mais recorrente nas empresas e instituições, locais próprios para que seus freqüentadores guardassem as bicicletas, sem atrapalhar a rua e as calçadas. A verdade é que as cidades capixabas não estão prontas para os ciclistas e vai custar muito(tanto em termos de tempo, quanto de dinheiro) para adequá-las.
Após a Ufes(sem nenhuma ciclovia), os ciclistas seguiram pela Avenida Dante Michelini, na Praia de Camburi e encerraram o protesto na Praça dos Namorados, na Praia do Canto, em Vitória, ponto de partida da bicicletada. Ou seja, eles passaram pela bela "ciclovia de passeio" da praia e se afunilaram na o Pontilhão de Camburi, provavelmente, espremendo-se com os pedestres(o passeio da referida ponte não tem mais de 1,5m) e passaram pela região do Sacre Coéur de Marie(que não tem ciclovia) até desembocar de novo na Praça dos Namorados, de onde partiram.
Agora, vamos ressaltar alguns pontos não verificados na reportagem da CBN:
  1. A UFES não tem ciclovias. Quem estuda(ou estudou) lá, divide os passeios com outros estudantes que passam de bicicleta pela gente(às vezes, em boa velocidade). Quando estão estacionadas(e são poucas vagas para elas), as bikes geralmente empatam o caminho, pois os gênios dos donos não têm a idéia de as pôr num canto que não atrapalhe. Isso se chama cidadania. Não sei como alguém que faz isso, depois que aparecer num protesto contra aumentos abusivos nas passagens de ônibus e/ou pedir para ser respeitado. Tem gente que pensa que cidadania é que nem menstruação: ocorre num determinado período e, depois, passa.
  2. A idéia é muito nobre. Mas e quem vai conscientizar os ciclistas? É claro que motorista de carro tem a obrigação de respeitar alguém numa posição inferior, como um motoqueiro, ou ciclista(inferior em termos de segurança). Mas e quando é o ciclista que é abusado? No calçadão de Camburi e nos de Vila Velha, não é raro ver ciclistas andando fora das ciclovias, dividindo espaço com os pedestres ou no meio dos carros. Também não é raro ver ciclistas pedalando lado-a-lado pelas ruas. Quer dizer, somos forçados e jogar o carro na contra-mão pra não passar em cima desses folgados, só pra eles porem o papo em dia. Quem vai conscientizá-los? Os manifestantes deveriam parar de passaer pela orla e começar a rodar pela Serafim Derenzi, e outras áreas menos abastadas para mostrar que é papel do ciclista também fazer o certo. Outro dia vi até um ciclista me ultrapassar pela direita(detalhe: eu estava na faixa da esquerda e com trânsito devagar, mas não parado).
  3. Que mau exemplo heim, gatinha da foto? Sem capacete, sem joelheira e sem cotoveleira. Se analisarmos o fundo da foto, só há dois participantes com capacete(um deles sem cotoveleira). Mas que diabos...como querem dar o exemplo assim, se nem usam equipamento de segurança? Ou acham que acidente é coisa que nunca acontecerá com vocês?

O autor caiu muito de bicicleta quando era criança, mas apóia o ciclismo.

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